domingo, 22 de março de 2020

AMOR REGADO




Se acaso o tempo cortar as rosas
e meu poema não mais molhar
a ausência de teus olhos,
ainda assim cantar-te-ei o amor.

Se acaso não regares o jardim
ainda adubarei o chão
da tua presença que ficou
e dela brotarei o amor guardado...

porque o amor se guarda
nas horas perdidas
no relógio parado
no minuto eterno
do tempo que voa.

Se acaso, o amor regado
derramar teu sangue em meu corpo
brotarei  flores sepulcrais...
E velarei tua morte depois do amor...
Porque o amor que se guarda
renasce da eternidade do silêncio.

(Rosidelma Fraga).