Venho despir minha pele molhada de rios
Visto-me de botos e corais da Amazônia
Não confundo Roraima com Rondônia
Sou do Lavrado e danço minhas raízes.
Erotizo minhas cores de folhas e matizes
Para amar o coro das águas e mil vidas
Ora sou onça pintada que geme na mata
Ora sou fêmea-motriz que gera pássaros.
Já dizia Quintana que eu passarinho
Teço meus ninhos, liberto ribeirinhos
Vivo de vitória-régia e desvendo mistérios
Sou Coral da Amazônia em sol, fá mi, ré.
Portanto, fui índia Guarani, sou daqui, já sou Macuxi
Canto nos buritis, nos caimbés que me beijam até meus pés
Desfilo nas savanas com feitiços da lenda canaimé
Sou imortal, sou do beiral, sou voz amazônica, sou coral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário