terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Galáxia do corpo


Em teu leito desnudarei
de saudades verdes
e beberei tua pele
e teu cheiro como néctar.


Guardarei teu silêncio
arranharei o barro negro
que vestiu teus gemidos
e abraçar-te-ei com furor
e dar-lhe-ei flores, amor...


E noutro porto das galáxias
meu sangue cobrirá teu corpo,
rasgar-me-ei em teus pedaços
e nossas almas terão sentido.

SONETO SEM FIM


Meu guia que sente os aromas da alma
E sabe a fragrância dos orixás celestes...
Teu corpo me despe  e teu ser me deságua...
Tem cheiro de negro o teu Amor agreste.

Vestir-me em tua pele, tocar  o teu cheiro
É chamado de atabaque de tuas mãos sedentas
Inspirar os teus versos, dormir no teu peito,
Convida-me a poesia. Excita-me a ausência .

As rosas nuas que tocam o teu beijo em mim
As chamas espalham o Amor noite e dia,
As fontes de memória que conhecemos.

São histórias que perduram no Amor que temos...
De estar um no outro como poema infinito,
Do orgasmo sem fim em suspiro de poesia.

DE AMAR


Não sou poeta
que dá de amar
por equações.

Meu poema
é sem razões
de amar.

Dá-me assim
de amar mais
que amiúde.

Far-te-ei anjo
encarnado
de poesia.

Dá-me de amar
como amante
infinito, terno,
e indelével.

E amar-te-ei
além de Inês
após a morte.

EU POR MIM MESMA


Achou que eu era rio?
Sou mar nunca dantes navegado.
Se me deres um remo navego poemas e oceanos.
Não bebo versos de lágrimas.
Faço delas a rima de poesia inventada.
(Rosidelma Fraga).

POEMA NU


Rabisco agora um poema que vem nu.
Teço o verso que veste minha nudez de saudade...
Reescrevo a cena morena de teu beijo...
E a poesia sinestésica abre a pele de teu cheiro.