(Para Samuel Fernandes Brito)
Ilhado da poesia do corpo
entoastes meus versos...
Versos naufragados
de silêncio e arte
que deságuam
na gratidão que me toma.
Tua voz negra parece beijar
a ardência da alma enciumada
deste país de amor e encantos.
Cabo Verde, de onde
ouço os sinos de Corsino
nas fontes de meu silêncio,
de tua ausência, de teus ventos.
De olhos vendados de poesia,
meu sangue bebe a sonata
que vem de tua alma amada.
Amados serão todos os poetas
negros que colorem nosso
sangue.
Amores serão todos os amantes,
por mares africanos navegados,
por ilhas sonhadas, por vozes
caladas...
E na maresia de meus sonhos
rabiscados
Eu, poeta do amor, codinome de flor,
gracejo em desenhar a arte de
tua cor,
cor de amora, aroma dourada, cor
do amor,
na canção de tua voz tatuada em
mim.
(Rosidelma Fraga - escrito hoje, em agradecimento
à leitura linda de minha poesia).