quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

ALINHAVOS

 Jamais escreverei versos naufragados

de um lirismo mecânico e vestido de solidão.


O poema que ora teço vai despindo alinhavos

e nas costuras das cicatrizes o Amor é nudez.


Minha nudez desabrocha como muitas rosas...

Meu amado caminha entre espinhos há horas!


E no cais de horas que parecem intermináveis,

alinhavo palavras doces de metáforas,

banho a pele de Madalena com unguentos,

e o poema vai abrindo as delicadas pernas.


Ora, não demores, meu amado!

Meu corpo e minha alma de poeta,

já te esperavam de outras noites.


E não te esqueças sequer por um segundo

que em mim tu esquecerás a solidão de mundo.

Em mim tu terás o abrigo do Amor sem medida,

terás todas as mulheres nuas em forma de FLOR.


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